quarta-feira, 22 de outubro de 2008

divagações

noite. uma única mariposa revoando ao redor de um poste testemunha a existência do tempo... tudo mais é inerte, estático, paralisia na noite sãobentese. Tom waits canta sua estranheza no rádio... “kommienezuspadt”! não há significado... mas as significâncias permeiam minha pobre mente.
semanticamente pobre... porém irrigada por inexprimíveis sentidos, em intransferíveis soturnas cores, em incomunicáveis nuances... imóveis frondosas árvores de milhares de folhas, alto céu sem nuvens, uma lâmpada ilumina as pedras da rua...
coisas sem sentido... mas o que é o sentido das coisas senão a possibilidade de expressá-las em símbolos? letras, figuras, sons exprimem o exprimível... pois o inexprimível cala, mas os sentidos não. os sentidos, limitados ainda, oh mediocridade humana!, mas maiores que qualquer semiótica.
o que me faz dizer isso? essa eterna necessidade de dar significado às coisas... este eterno impulso de buscar um canal, uma veia racional que assepticamente una solitárias almas... ah! mas a única verdadeira possibilidade é a linguagem do toque, da química interação, da troca de elétrons... o movimento universal...
e continuo aqui em minhas elocubrações... necessidade? solidão? insuperável isolamento? humana perseverança? inútil... a resposta não está nas palavras...

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