domingo, 20 de março de 2011

Tom Zé

Dispensa comentários.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"E as companhas e os bancos trabalhavam para a sua própria ruína e não sabiam disso. Os campos estavam prenhes de frutas, e nas estradas marchavam homens que estavam morrendo de fome. Os celeiros estavam repletos, e as cianças pobres cresciam raquíticas. Em seus peitos intumesciam as pústulas escrofulosas. As grandes companhias não sabiam que era uma linha muito tênue e a linha divisória entre a fome e a ira. E o dinheiro que podia ter sido empregado em melhores salários era gasto em bombas de gás, em carabinas, em agentes e espiões, em listas negras e em exercícios bélicos. Nas estradas os homens locomoviam-se qual formigas, à procura de trabalho e de comida. E a ira começou a fermentar."

John Steinbeck em "As vinhas da ira".

Qualquer coincidência é mera semelhança:

"Olho na pressão, tá fervendo
Olho na panela
Dinamite é o feijão cozinhando
Dentro do molho dela

A bruxa mexeu o caldo
Se liga aí, ô galera
Tá pingando na mistura
Saliva da besta-fera
Chacina no centro-oeste
E guerrilha na fronteira
Emboscada na avenida
Tiro e queda na ladeira
Mas feitiço é bumerangue
Perseguindo a feiticeira"

"Na Pressão", de Lenine, Bráulio Tavares e Sérgio Natureza

domingo, 18 de abril de 2010

domingo, 4 de abril de 2010

Não conheço a banda, mas bela música, belíssimo clip. Os filtros da razão (ou válvulas, acho que assim chamou Aldous Huxley) nos privam da uma imensidão de percepções que a natureza nos oferece. Leminski buscou obstinadamente transcendê-los em sua poesia.

"Certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos, Gregor Samsa encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso." (Kafka, em "A Metamorfose")



Gregor Samsa, na visão de Christophe Huet

Fonte: http://deniac.blogspot.com/2009/03/ilustracao-do-dia-metamorfose-de-kafka.html

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Mais Leminski

SINTONIA PARA PRESSA E PRESSÁGIO

Escrevia no espaço.
Hoje, grafo no tempo,
na pele, na palma, na pétala,
luz do momento.
Sôo na dúvida que separa
o silêncio de quem grita
do escândalo que cala,
no tempo, distância, praça,
que a pausa, asa, leva
para ir do percalço ao espasmo.

Eis a voz, eis o deus, eis a fala,
eis que a luz se acendeu na casa
e não cabe mais na sala.


DIONISIOS ARES AFRODITE

aos deuses mais cruéis
juventude eterna

eles nos dão de beber
na mesma taça
o vinho, o sangue e o esperma.

Curitibas

Conheço esta cidade
como a palma da minha pica.
Sei onde o palácio
sei onde a fonte fica,

Só não sei da saudade
a fina flor que fabrica.
Ser, eu sei. Quem sabe,
esta cidade me significa.

p. leminski

domingo, 21 de março de 2010

Nostalgia da lama

Talvez não seja correto dizer que o esporte é um espelho da sociedade, mais a maneira como os fatos do esporte e seu entorno são lidos pela mídia certamente diz muito sobre ambas (a sociedade e a própria mídia).
O “mea culpa” do golfista Tiger Woods diante das câmeras expôs muito mais que suas infidelidades conjugais. Colocou a nu uma cultura manifestamente puritana que transforma em espetáculo midiático a repressão de suas pulsões.
Como se sabe, muitos norte-americanos, talvez a maioria, acham que gostar de sexo é uma espécie de doença.
No Brasil, a cobertura e a repercussão crítica dos recentes escândalos envolvendo os astros do futebol Adriano e Vagner Love revelam, entre outras coisas, um indisfarçável preconceito de classe.
O que mais escandaliza a chamada crônica esportiva, com honrosas exceções, parece ser o ambiente em que os personagens foram “flagrados”. A própria recorrência desse verbo é significativa, como se estar num baile funk ou simplesmente na favela fosse por si só uma atitude ilícita ou, no mínimo, suspeita.

Na Chatuva e na Barra
O vínculo entre os termos favela e crime, martelado durante décadas pelos meios de comunicação, parece ter-se tornado indissolúvel. Condena-se Adriano não tanto por trocar socos com a namorada, mas por fazê-lo no morro da Chatuva, e não numa cobertura na Barra da Tijuca ou num palacete em Milão.
O viés de classe nunca ficou tão evidente, aliás, como quando o jogador, um ano atrás, deixou de se reapresentar a seu clube, a Internazionale de Milão, e se refugiou durante três dias no bairro onde se criou, no Rio de Janeiro. A perplexidade foi geral, na imprensa e no mundo futebolístico.
A pergunta que se repetia era: como um sujeito abre a mão de milhões de euros, do destaque num clube de ponta, de uma cidade sofisticada, para voltar à favela? O corolário, explícito ou subjacente, era mais ou menos o seguinte: “Quem nasce na maloca nunca vai deixar de ser maloqueiro”.
Uma espécie de “nostalgia da lama” arrastaria Adriano para baixo – ainda que, topograficamente, para cima.
O que escandaliza, no fundo, é a recusa em aderir aos valores, condutas e discursos tornados praticamente compulsórios para quem “vence” na nossa sociedade.
Não se perdoa Vagner Love por optar por um baile funk na Rocinha em vez de uma boate na zona sul do Rio. No primeiro, estão os “bandidos”; na segunda, a gente de bem.
Pouco importa que o tráfico que mata tanta gente no morro se alimente do consumo recreativo de muitos habitués das casas noturnas chiques.
Num país de “malandros com contrato, com gravata e capital”, não escandaliza ninguém que Kaká sai publicamente em defesa dos líderes de sua argentária igreja, investigados em dois países por estelionato e lavagem de dinheiro.
Kaká, diz a crônica em uníssono, é um rapaz de boa cabeça, de boa família, de boa “estrutura”. Mas Vagner Love aparecer num baile na Rocinha ladeado por traficantes armados (algo que talvez ocorresse com qualquer celebridade que visitasse o local) é intolerável.

Motel e travestis
Para reforçar a constatação de que, entre nós, o viés de classe é ainda mais forte do que o viés moralista, um caso exemplar é o de Ronaldo, “flagrado” (olha o verbo de novo) com três travestis num motel do Rio.
O que mais se ouviu, nos bastidores da imprensa, foi: “Como é que um sujeito com grana que ele tem vai se meter com travecos de rua? Era só pegar o telefone e encomendar a perversão que quisesse, no sigilo do seu apartamento ou de um hotel de luxo”.
Ou seja, dependendo do montante gasto, do cenário e dos figurinos, tudo é bonito e aceitável.

Fonte: Texto de José Geraldo Couto, publicado na Folha de São Paulo de 21/03/10.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Não manipule meu medo

Não manipule meu medo, a minha paranóia é uma jibóia que me engole em segredo. A minha vida é uma neurose sem fim, hoje eu tomei uma overdose de mim. Me enchi o saco, aquele velho papel, de tanto engolir sapo eu cuspo cascavel.
Tirei o alarme do carro, fumei meu seguro de vida e não vou cortar o cigarro e nem vou parar com a bebida.
E não manipule meu medo, meu medo, meu medo. Meu medo filho da culpa, fobia fia da mãe, e medo fio da culpa. Hi hi Johny, hi hi Alfredo, a minha paranóia é uma jibóia que me engole em segredo...

Texto de Jean Garkunkel, transcrito do programa Radio Caos de 21/01/07, da Rádio 91 Rock.

quarta-feira, 17 de março de 2010

daquela que amo dia e noite
sonhei ter ouvido que morrera
e sonhei ter ido onde haviam enterrado a mulher que amo
mas ela não estava naquele lugar

e sonhei ter vagado a sua procura entre sepulcros para encontrá-la
e descobri que todos os lugares eram sepulcros
as casas cheias de vida
estavam igualmente cheias de morte


walt whitman (1819-1892)

sábado, 13 de março de 2010

Cartola...

Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti

quarta-feira, 10 de março de 2010

"Ao desejo que queria
Bronzear-se no incêndio
Folheando poesia"

!!!!!!

Extraído de uma foto de uma colagem num blog (http://aplenospulmoesss.zip.net). Pelo jeito o autor é anônimo...

sábado, 6 de março de 2010

Stanley Jordan

Olha o cara tirando som de 2 guitarras ao mesmo tempo!

Releituras de Eleanor Rigby pelos brasileiros do Duofel e por Stanley Jordan.



domingo, 28 de fevereiro de 2010

Taí a essência...

A arte sempre esteve e sempre estará na vanguarda do pensamento humano, a frente da filosofia e da ciência. A percepção, a sensibilidade humanas, vão muito além do empirismo cartesiano que domina o mundo, notadamente o ocidente. A resposta primeva, os rumos, estão em nós, nos nossos corações, e não nos instrumentos de medida que criamos.

Não há nada pior que o tédio... kkk



Fonte: Folha de São Paulo, 28/02/10

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Questão de Humanidade

Meio indignado, escrevi este texto para enviar aos jornais daqui de São Bento. Fica o registro aqui também:

"Não sei até que ponto pode ser de alguma utilidade vir aqui expor minhas impressões, ainda por cima de caráter subjetivo, a respeito de um serviço público, mas creio que calar-me não será de melhor valia.
Estive esta semana no Hospital Sagrada Família para ser atendido devido a uma lesão no tornozelo. Não gosto de ir a estes lugares, pois já passei outras vezes por situações desagradáveis neste e em outros estabelecimentos similares, mas a necessidade às vezes nos impele a freqüentá-los.
Enfim, tudo corria bem desde quando fui atendido pelo funcionário da recepção e depois pelas enfermeiras, até que chegou o momento do exame pelo médico. O referido profissional me fez um par de rápidas perguntas, olhou de soslaio para meu paquidérmico tornozelo esquerdo, e encaminhou-me ao raio-x. Coisa de dois ou três minutos, mas tudo bem pensei, depois retornarei com os negativos para concluir a consulta. Fui atendido no setor de radiografias (por sinal muito bem atendido) e retornei até a sala do médico com os negativos em mãos. Mais outros dois a três minutos e o mesmo já havia examinado o resultado do raio-x, receitou-me um medicamento e encaminhou-me para imobilizar o local da lesão. Ainda tentei tecer algumas considerações e perguntas, mas as atitudes do médico foram tão rápidas que me deixaram meio atônito, como num repentino assalto. A consulta encerrou-se comigo ainda tentando dizer algo (que já não me lembro do que se tratava) e o profissional levantando-se de sua cadeira e, sem me dar ouvidos, precipitando-se rapidamente pelos corredores do estabelecimento. Saí da sala após ele, com um sentimento algo como de ter sido assaltado mesmo, assaltado de meu direito de ser informado sobre meu estado de saúde, entre outras coisas... Saí sem saber quanto tempo deveria ficar com o tornozelo imobilizado, ou se deveria voltar para novo exame. Descobri pela atendente da farmácia qual era a dosagem diária que devo ingerir do medicamento que me foi receitado, dosagem esta que não corresponde à indicada na bula. Agora estou na dúvida se ligo para o médico perguntar quem está correto. Descobri através das enfermeiras, que leram no verso da receita redigida pelo médico, que eu deveria marcar uma nova consulta com um ortopedista (escritos estes que eu jamais teria conseguido decifrar sozinho, sem que estas funcionárias, coincidentemente, lessem a dita lauda). Aliás, a consulta com o tal ortopedista somente está disponível a partir do dia 23 deste mês, quando minha lesão já estará curada, espero, ou senão um tanto quanto agravada provavelmente.
Digo tudo isto não com o intuito de questionar os procedimentos médicos aos quais fui submetido, assunto sobre o qual sou inteiramente leigo. O que senti falta e não consegui identificar em nenhum momento da consulta médica é algo já meio démodé, que se chama HUMANIDADE. Compreendo que talvez possam faltar recursos ou infra-estrutura, mas consideração e humanidade não são vendidos a granel ou a quilo, e não têm custo nenhum. Aliás, recursos certamente não faltam na remuneração recebida por este profissional, maior do que a da imensa maioria de nossa população, inclusive que a minha. E friso novamente que fui muito bem atendido por todo o restante da equipe, mas justamente aquele profissional que seria o mais gabaritado para cuidar daquilo que chamamos de vida humana, pecou neste sentido. Meus animais domésticos, quando levados até o veterinário que os atende, são tratados muito mais humanamente. O veterinário até conversa com eles! E eu não tive sucesso ao tentar me comunicar com um médico...
Em resumo, sou grato por poder ter sido atendido sem custos (aspas aí, pois pago meus impostos) por estes profissionais, mas existem outras atitudes, ou chamemos até “procedimentos”, que tornam nossas vidas mais leves e que não fazem parte da grade curricular das universidades. Estes são aprendidos no convívio social, especialmente nos lares de cada um. E talvez eu seja um idealista, mas creio sinceramente que aquele “tempero” de que precisamos para tornar nossas vidas menos insossas e mais agradáveis está sendo negado a alguns e por alguns."

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Não é um primor de texto, mas vale pela idéia que transmite:

“É irracional a alma do mundo. A criação é linguagem, sem sacanagem. Nada mais que linguagem. Mas de repente, nem sabemos quem somos. Não podemos ouvir por dentro, não podemos ler por fora. Fechados em nossas calotas nos tornamos idiotas. A origem da palavra idiota é a palavra privado. Cada um de nós tornou-se privado, já não compartilha o pensamento comum da criação. A natureza das coisas tem o hábito de se esconder.”

Trecho do filme "Cafundó", dirigido por Paulo Betti e Clóvis Bueno.

sábado, 2 de maio de 2009

Listas...

Alguns filmes memoráveis, em desordem cronológica:
Matrix - Larry Wachowski, Andy Wachowski
Clube da luta – David Fincher
Dogville – Lars Von Trier
O poderoso chefão – Francis Ford Coppola
Réquiem para um sonho – Darren Aronofsky
O cavalheiro do telhado e a dama das sombras – Jean-Paul Rappeneau
Não conte a ninguém – Francisco Lombardi
Corra Lola corra – Tom Tikwer
Nada é para sempre – Robert Redford
Amores brutos – Alejandro González Iñárritu
Terra estrangeira – Walter Salles e Daniela Thomas
O fabuloso destino de amelie poulain – Jean-Pierre Jeunet
O pianista – Roman Polansky
O bebê de Rosemary – Roman Polansky
O labirinto do fauno – Guillermo Del Toro
A Outra História Americana – Tony Kaye
Star wars - O império contra-ataca – Irvin Kershner
Tudo sobre minha mãe – Pedro Almodóvar
Fale com ela – Pedro Almodóvar
Pulp fiction – Quentin Tarantino

Livros:
O velho e o mar – Ernest Hemingway
A morte do caixeiro viajante – Artthur Miller
Admirável mundo novo – Aldous Huxley
1984 – George Orwell
A insustentável leveza do ser – Milan Kundera
Vida – Paulo Leminsky
Distraídos venceremos – Paulo Leminsky
A erva do diabo – Carlos Castañeda
Cem anos de solidão – Gabriel Garcia Márquez
O evangelho segundo Jesus Cristo – José Saramago
Eu – Augusto dos Anjos

Álbuns infalíveis:
Ten – Pearl Jam
Aqualung – Jethro Tull
Rage against the machine - RATM
Portishead - Portishead
The black light - Calexico
Spoke - Calexico
Wish you were here – Pink Floyd
Ummagumma – Pink Floyd
Meddle – Pink Floyd
Led zeppelin III - Led
Construção – Chico Buarque
Chico buarque - Chico
The bends - Radiohead
Black Sabbath - Black Sabbath
Paranoid - Black Sabbath
Velvet underground & Nico - Velvet underground & Nico
Nevermind - Nirvana

Músicas, as maiores:
Venus in furs – Velvet underground
Child in time – com Deep Purple
Perfect strangers – com Deep Purple
Gipsi’s curse - Calexico
Black heart - Calexico
Voodoo child – Jimi Hendrix
Machine gun – Jimi Hendrix
Da lama ao caos – Chico Science & Nação Zumbi
A terceira margem do rio – na versão do álbum Circuladô Vivo, com Caetano Veloso
Raio – André Geraissati
Africa – André Geraissati
Banzo – André Geraissati
Kashmir - Led Zeppelin

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Metáforas...

Metáforas são o cúmulo da discrição.

Discrição + capacidade linguística = uma boa metáfora

Relativizando...

"A maioria dos dramas está nas idéias que nós formamos das coisas. Os acontecimentos que nos parecem dramáticos são apenas assuntos que nossa alma converte em tragédia ou em comédia à mercê de nosso caráter" - Balzac

terça-feira, 21 de abril de 2009

Talvez eu não seja a pessoa certa, talvez seja contra-indicado.
Recluso, ácido, introspecto, denso talvez, incisivo às vezes, frio. Poucas palavras, mas não meias. Não me peça que lhe acaricie quando não é a hora, não trago comigo mais que a crueza do que tenho em mãos. Não me procure para distrações, meus olhos não se fecham tão facilmente. Se você se considera bem resolvido(a) e feliz, creio não ter nada a acrescentar-lhe, ou seria melhor não mesmo. Tenho cada dia menos disposição para gracejos e piadinhas. Escafandrista de águas pouco freqüentadas, não lhe posso acompanhar em vôos distantes. Não tenho mais asas e o mais alto que posso chegar é onde meus passos me levam. Se tens coragem para olhar-se no fundo dos próprios olhos, talvez possamos compartilhar alguns caminhos. Mas não me venha com pontos finais e pingos nos is. Não tenho respostas definitivas e sequer posso suportá-las. A estrada aberta da vida não permite enxergar além do horizonte. Não tenho ouvidos moucos, portanto não me traga palavras jogadas ao vento. Meus olhos, apesar de cabisbaixos, enxergam mais além do que demonstram. Meus lábios apertados contêm mais adjetivos do que os digno a expressarem. Pense duas vezes antes de os provocarem a derramar o que represam. Não são dados a verborragias, mas uma vez abertos não coagulam-se facilmente.
Não pretendo assustar a ninguém, mas também não sou de muitos amigos. A solidão, flagelo e vício, amante sado-masoquista, às vezes é o melhor porto para meus olhos cansados. Mas apesar de tudo, por traz de tudo, há esse desejo de ser compreendido, há essa busca por comunicar mentes inexoravelmente isoladas, há esse afã de encontrar-me no olhar alheio. É quando venho aqui expor-me, bater às portas deste mundo cego.
Mas ainda talvez seja tudo mentira, e eu esteja completamente enganado. Talvez seria a palavra certa...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Dica - SOLID ROCK RADIO

Para quem curte blues e rock'n roll, aí vai a dica de uma rádio ONLINE acima da média entre as que se propõem a tocar estes estilos:

http://www.solidrockradio.com.br/

quarta-feira, 1 de abril de 2009

EXCLUSÃO AGORA É FASHION

Texto retirado do blog "Outubro", de Nei Duclós:


"A moda é o império da mesmice (por que as modelos trançam as pernas ostensivamente no caminhar artificial da passarela? para que os ossos, ao sacudirem, imitem o balanço das carnes que já não mais existem?). Anunciam que tem griffe fazendo catálogo em áreas detonadas de Sampa, e a Globo encontra talento fashion em catadoras de lixo, o que é o cúmulo da bizarrice, pois consolida a ascensão social pela via lotérica e debocha da violência da economia, que aumenta a grana dos ricos e transforma a população numa soma de mendigos.

NORMAL - Ao divulgar a pesquisa do IBGE que descobre o óbvio - a de que estamos fritos e não conseguimos pagar nossas contas - a imprensa não consegue citar direito nem uma frase do Millor Fernandes. O certo é "cada vez sobra mais mês no fim do dinheiro". Além de citarem errado, esquecem de lembrar a fonte (o que já é "normal"). Notaram como reagem os culpados quando flagrados em alguma falcatrua? O que você achou dessa denúncia de que você desviou um bilhão dos cofres públicos? Normal, responde o acusado. Por que você xingou a repórter? Normal, responde o atleta. O que aconteceu ontem que você matou ciclana? Normal, diz o assassino. Virou normal também xingar o povo de tudo o que é tipo de palavrão. Quem inventou a moda foi o Elio Gaspari no seu jornal exclusivo, concentrado na Folha dos domingos. Choldra e patuléia são suas definições favoritas para se referir ao povo brasileiro. O pior é que a moda pegou. Todos viraram reprodutores desse tipo de desprezo, achando que se pode falar em choldra e patuléia a torto e direito. Já o pequeno poupador é chamado de viúva. Ninguém reclama, todo mundo acha o máximo e sai repetindo. Virou moda porque parece que o autor do texto é simpático ao povo, está defendendo-o, colocando-o sob o palavrão a partir de um falso álibi, de que o desprezo existe na realidade e não no comentário, pois é a chamada elite brasileira que acha o povo uma sub-coisa. Seria uma denúncia, mas não é. O jornalista, no caso, assume a exclusão dando uma de gostoso, ou seja, transformando-se em algo mais importante do que a elite. Ele posa de onisciente, um cérebro acima de todos os grupos sociais. O que faz de fato é projetar a própria condição de uma classe social que se destaca excluindo as outras.

COLUNISTAS - Ninguém tem coragem de peitar os poderosos da mídia. Todo mundo evita falar mal dos colunistas, das griffes da comunicação. Para mim, a maioria é um bando. Vocês viram o tal Contardo Calligaris definindo as fotos da tortura do Iraque como expressão erótica sadomasoquista? Esquece-se o luminar que sexo é consentimento. Não existe erotismo fora do império do sim. O que ele acha agora das fotos da sua "dominatrix" sorridente ao lado de um prisioneiro assassinado na prisão? Também não passa de sadomasoquismo? Hoje o referido colunista explica a fonte do autoritarismo de Lula. Para ele, os que são excluídos simbolicamente procuram impor-se na marra. "Esse mecanismo explica porque, quando os deserdados ou seus representantes chegam ao poder, eles sucumbem facilmente a tentações autoritárias", diz. Ele acha que a fonte desse autoritarismo é a noção de que o poder não está sendo reconhecido. É o contrário: o autoritarismo é fruto do sistema em que estamos, da ditadura civil. O poder discricionário é exercido porque isso é garantido pelo silêncio da mídia, pelo poder das medidas provisórias e pelo arrocho econômico, que inventa as dívidas de todos. Houve autoritarismo em Collor, que seqüestrou o dinheiro em caixa da nação, desde a poupança até a conta corrente. Houve autoritarismo em FHC, que entregou de bandeja o patrimônio público enquanto encheu-se de honrarias e hoje posa de cidadão do mundo. Houve autoritarismo do Sarney com seu famigerado Plano Cruzado, que destruiu a nação. Houve autoritarismo em Itamar quando inventou a moeda falsa, o Real (que "valia" um dólar, lembram-se?) e impingiu-nos seu ministrinho da Fazenda, o FHC, ato do qual arrependeu-se amargamente. Ou seja, todos os presidentes civis desta nova fase da República Velha fazem parte do mesmo equívoco. Por isso Lula é autoritário, porque o regime assim exige, não porque sente-se ainda um excluído ( o que provaria a certeza de que esse "povinho" não sabem mesmo se governar). Lula é a expressão dessa falsa democracia que nos pune.

CONVITE - E comporte-se direito, senão você vira "leitor desavisado", aquele que é informado com expressões do tipo "diga-se de passagem"(de passagem porque você é um desinformado que precisa que a mídia lhe ponha comida na boca, mesmo que isso cause engulhos aos jornalistas). "Concentre-se o leitor" diz hoje no Estadão o antropólogo Roberto da Matta. Ou seja, não vá ler de maneira superficial, pense. "Convite à reflexão" é a a ordem mais usada para esse tipo de situação, como se refletir dependesse de convite. Você não vai conseguir pagar as contas este mês? Quem manda não saber refletir. Você precisa de convite para começar a pensar, já que você é incapaz de tomar a iniciativa de raciocinar. Vamos, o que está esperando? Vai ficar "no sofá", é? Vai ficar fazendo parte da choldra, da patuléia? Assim é que é. Pois é com você que estão se divertindo. Nós somos o play-ground dessa canalha."

sábado, 28 de março de 2009

Titãs - Saia de mim

Prá quem já ouviu Titãs cantarem isso, difícil acreditar que eles viraram no que são hoje...

Essências...

"A própria máquina quanto mais se aperfeiçoa mais se apaga e desaparece atrás de sua função. Parece que todo o esforço industrial do homem, todos os cálculos, todas as noites de vigília sobre as plantas, conduzem apenas à simplicidade, como se fosse necessária a experiância de várias gerações para libertar a curva de uma coluna, de uma quilha ou de uma fuselagem de avião até lhe dar a pureza elementar da curva de um seio ou de um ombro. Parece que o trabalho dos engenheiros, dos desenhistas e dos calculistas dos escritórios de estudos é apenas polir e apagar, realizar da maneira mais suave esta juntura das peças, equilibrar esta asa até que não se note mais nada, até que não haja mais uma asa ligada a uma fuselagem e sim uma forma perfeitamente desenvolvida, libertada de sua ganga, uma espécie de conjunto espontâneo, misteriosamente ligado, e da mesma qualidade de um poema. Parece que a perfeição é atingida não no instante em que não há mais nada a acrescentar à máquina e sim quando não há mais nada a suprimir. Ao termo de sua evolução a máquina se dissimula."

Trecho do livro "Terra dos Homens", de Antonie de Saint-Exupéry.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Paêbiru - 1975

Clássico dos clássicos da psicodelia BRASILEIRA. Zé Ramanlho e Lula Cortês, imperdível!

Faixas:
01. Trilha de Sumé/Culto à Terra/ Bailado das Muscarias
02. Harpa dos Ares
03. Não Existe Molhado Igual ao Pranto
04. O M M
05. Raga dos Raios
06. Nas Paredes da Pedra Encantada
07. Marácas de Fogo
08. Louvação a Iemanjá
09. Regato da Montanha
10. Beira Mar
11. Pedra Templo Anima

Link para download: http://www.mediafire.com/?bz8f7u6tqlg

ENTARDECER

CÁFILAS DE NUVENS PAIRAM SOBRE O DESERTO MUNDANO...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Tom Waits

"Going out west", sonzeira do Tom Wais que faz parte também da trilha sonora do fabuloso "Clube da luta".

domingo, 30 de novembro de 2008

ENCRUZILHADA - O BLUES SEM FRONTEIRAS

Outro ótimo programa de rádio via internet, prá quem curte Blues, é o ENCRUZILHADA, que rola todas as madrugadas de sábado para domingo na Paraná Educativa FM 97,1, das 00:00 à 01:00. Blues da melhor estirpe!!!
Para ouvir a rádio o link é http://www.pr.gov.br/rtve/#. Acessando a página é só clicar em "paraná educativa fm 97,1", à esquerda na tela.

domingo, 23 de novembro de 2008

RÁDIO CAOS!!

Para quem deseja fugir do lugar comum da música que circula na mídia de massa e até mesmo da mídia mais alternativa, e da poesia que simplesmente não circula, recomendo o ótimo programa RÁDIO CAOS, da rádio 91 Rock de Curitiba. O programa pode ser ouvido inclusive via internet, no site http://91rocknews.advant.com.br/, todos os domingos das 20:00 às 22:00. Programas antigos também podem ser baixados em formato mp3 no endereço www.radiocaos.com.br. Desfrute e abra sua mente...

As Veias Abertas da América Latina



Não quero aqui "chover no molhado", mas gostaria de re-re-re-recomendar o livro "As Veias Abertas da América Latina", de Eduardo Galeano, pela sua atualidade (o original em espanhol é de 1971). A publicação desvenda, com bases documentais históricas, os mecanismos da expropriação impetrados pelos países desenvolvidos sobre a economia e recursos naturais do chamado terceiro-mundo. O mesmo mecanismo vige ainda hoje, a exemplo da monocultura da soja que enche os bolsos dos Blairos Maggis às custas da depredação do cerrado brasileiro. E vejo nosso governo, oriundo das mesmas bases esquerdistas que usavam o livro quase como uma bíblia no passado, anunciar aos quatro ventos seu entusiasmo com a produção de etanol para os gringos, mais um engodo perpetuador do parasitimo primeiro-mundista sobre nossas escancaradas veias. Os EUA aplaudem.

Para baixar o livro da internet:
www.geocities.com/eriolbootlegs/veias.pdf

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Captain Beyond - Frozen Over (1972)

Aos apreciadores do bom rock'n roll, recomendo o álbum.



Link para baixar:

http://rapidshare.com/files/74956024/Captain_Beyond__1972__Captain_Beyond__by_Brasilmidia.rar

Senha para descompactar o arquivo do álbum: www.newbrasilmidia.blogspot.com

Faixas:
1. Dancing Madly Backwards (On a Sea of Air)
2. Armworth
3. Myopic Void
4. Mesmerization Eclipse
5. Raging River of Fear
6. Thousand Days of Yesterdays (Intro)
7. Frozen Over
8. Thousand Days of Yesterdays (Time Since Come and Gone)
9. I Can't Feel Nothin', Pt. 1
10. As the Moon Speaks (To the Waves of the Sea)
11. Astral Lady Caldwell
12. As the Moon Speaks (Return)
13. I Can't Feel Nothin', Pt. 2
.

Formação:
Rod Evans - vocais/vocals
Larry Rheinhart - guitarra/guitar
Lee Dorman - baixo/bass
Bobby Caldwell - bateria/drums

Segue transcrição de texto a respeito da banda retirado de página no orkut (link):

"O Captain Beyond foi uma banda de rock formada em Los Angeles em 1972 por ex-membros de outros grupos proeminentes. O cantor Rod Evans passou pelo Deep Purple, o baterista Bobby Caldwell tocou com Johnny Winter e o guitarrista Larry Reinhardt “Rhino” e o baixista Lee Dorman eram do Iron Butterfly.
Essa formação gravou seu auto-intitulado debut-álbum "Captain Beyond" (verdadeira obra-prima) em 1972 pelo selo de Rock Sulista Capricorn.
Depois disso, no segundo disco "Sufficiently Breathless" (1973), a banda altera a sua formação, adicionando novos elementos como teclados (Reese Wynans) e percussão (Guille Garcia), lembrando que Bobby Caldwell (que volta a trabalhar com Johnny Winter) foi substituído por Marty Rodriguez.
No entanto, o péssimo gerenciamento da carreira da banda, a cargo do próprio presidente da Capricorn, uma gravadora especializada em Southern Rock, minaram as chances comerciais do CAPTAIN BEYOND, levando ao encerramento das atividades.
O Captain Beyond permaneceu inativo depois da saída de Rod Evans, mas reorganizou-se em 1976, ainda sob contrato da Capricorn. Rhino e Dorman ainda tentaram fazer mais uma tentativa com a formação original, mas não conseguiram a adesão de Evans, que naquela época já desistira de ser músico profissional, arriscando em 1980 um retorno do Deep Purple, onde dentre os músicos somente ele havia passado pela banda, sendo que a fraude lhe rendeu um mico monstruso e alguns processos movidos por cada integrante do Purple e pela Thames Talent que administra até hoje os bens da banda. Depois disso, Evans nunca mais foi encontrado, sabendo-se apenas que ele vive em Los Angeles e que se recusa terminantemente a dar entrevistas.
Enfim, Bobby Caldwell retornou e Willy Daffern assumiu os vocais do terceiro álbum da banda, "Dawn Explosion" de 1977, sendo que esse acabou sendo o último disco do Captain Beyond."

terça-feira, 4 de novembro de 2008

leminski

amei em cheio
meio amei-o
meio não amei-o

leminski

o mar o azul o sábado
liguei pro céu
mas dava sempre ocupado

leminski

na torre da igreja
o passarinho pausa
pousa assim feito pousasse
o efeito na causa

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

divagações

noite. uma única mariposa revoando ao redor de um poste testemunha a existência do tempo... tudo mais é inerte, estático, paralisia na noite sãobentese. Tom waits canta sua estranheza no rádio... “kommienezuspadt”! não há significado... mas as significâncias permeiam minha pobre mente.
semanticamente pobre... porém irrigada por inexprimíveis sentidos, em intransferíveis soturnas cores, em incomunicáveis nuances... imóveis frondosas árvores de milhares de folhas, alto céu sem nuvens, uma lâmpada ilumina as pedras da rua...
coisas sem sentido... mas o que é o sentido das coisas senão a possibilidade de expressá-las em símbolos? letras, figuras, sons exprimem o exprimível... pois o inexprimível cala, mas os sentidos não. os sentidos, limitados ainda, oh mediocridade humana!, mas maiores que qualquer semiótica.
o que me faz dizer isso? essa eterna necessidade de dar significado às coisas... este eterno impulso de buscar um canal, uma veia racional que assepticamente una solitárias almas... ah! mas a única verdadeira possibilidade é a linguagem do toque, da química interação, da troca de elétrons... o movimento universal...
e continuo aqui em minhas elocubrações... necessidade? solidão? insuperável isolamento? humana perseverança? inútil... a resposta não está nas palavras...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Não é fácil viver em São Bento às vezes. Há que se conviver e buscar fugas para o exílio das manifestações da sensibilidade humana, desfrutar cada nesga de sol que escapa por entre as nuvens parcacentas, beber das poucas fontes gotejantes... Há poucas válvulas de escape para a crueza do dia-a-dia... Muitas vezes só o álcool...
Às vezes vasculho locadoras daqui, na busca de algo que me tire desta vida provinciana, que me traga novas percepções e questionamentos... o cinema tem esta propriedade.
Este final de semana tive a sorte de garimpar duas pedras preciosas numa dessas locadoras... quem puder assista:
"Estrela solitária", dirigido por Wim Wenders, e "A lula e a baleia", de Noah Baumbach.



O primeiro Wim Wenders traz a história que um homem que busca algo que lhe preencha, que parece estar cansado de preencher seus momentos com fugacidades. Um filme cheio de cenas grávidas de sentidos... Sem contar a trilha sonora que é ótima.



Já o título "A lula e a baleia" soa como algo ingênuo e infantil, ledo engano. Temos aí um filme que questiona nossos caminhos, o ser ou não ser de cada um, o certo e o errado de todos. De certo mesmo o filme traz que cada um deve procurar seus próprios caminhos...

Há muito descobri que os melhores filmes estão nas histórias mais banais, sem as pirotecnias holywoodianas usuais, aí estão dois belos exemplos disso.

Arnaldo Jabor sobre relacionamentos

"Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível."

Kkkkkkk... só o Jabor msm prá criar uma dessas..

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Peixe das sombras
No mais profundo
Das turbulentas turvas águas
Moro

Se visitar-me quiseres, pois
No turbilhão das águas mergulharás
A tatear o lodo das paredes
E ao procurar-me não saberás
Que em mim contido estás
Bah!
Papéis, papéis, papéis!
Inertes!

Nervo que vibra
Entranhas que fervem
Músculo que dobra
Conclamai-vos!
A liguagem é uma pele. Esfrego minha linguagem na do outro.

Roland Barthes

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Frase

"As mulheres têm um inimitável talento para exprimir seus sentimentos sem empregar palavras demasiado vivas; sua eloqüência está sobretudo no acento, no gesto, na atitude e nos olhares."

Balzac, em "Mulher de trinta anos"

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Stênio Mendes

Uma grata surpresa com a qual esbarrei por acaso nos infinitos caminhos da www... Inclassificável, Stênio Mendes representou para mim uma experiência nova e radical. Não percam a oportunidade de ouvir!

Stênio Mendes - MPBC (1980)

1 Taquara - adaptação da idealização de Arend Schoolrl no Xingu (Stenio Mendes)
2 Espada de anjo (Stenio Mendes)
3 Sonata perdida (Stenio Mendes)
4 Invasão dos monges (Stenio Mendes) - regravada no cd dos Barbatuques "O Corpo do Som" (2002)
5 Linhas tortas (Stenio Mendes)
6 A barca dos homens (Stenio Mendes)
7 Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
8 2001 - uma odisséia no espaço (Richard Strauss)
9 Hava nagilah (A.Z.Idelshn)
10 Rosário (Stenio Mendes)

Stenio Mendes - arranjos
Stenio Mendes - craviola, violão com arco e vozes
Ubiraci de Oliveira (Bira) - percussão
José Eduardo Nazário - percussão
Participação especial de Ruth Mendes Nogueira (soprano) na faixa 5.

Link para download: http://rs5.rapidshare.com/files/306422/Stenio_Mendes_-1980_-_MPBC_.rar

domingo, 20 de julho de 2008

Silvio Rodriguez - Unicornio

Um dia, há uns 15 anos atrás, um amigo me chegou com uma fitinha cassete desse cara, e me disse que havia muito não ouvia nada que o tocasse tanto, desde Mercedes Sosa. E realmente Silvio Rodriguez prá mim representou o mesmo, alguém que sabe tocar fundo em nossa sensibilidade. Unicornio é uma de suas mais famosas músicas, que eu coloco aqui para quem queira ouvir.



Eddie Vedder é, dentre tudo o que conheço, o maior intérprete de rock'n roll na ativa hoje (talvez eu coloque Tom Yorke no mesmo nível...). A sensibilidade que põe em cada acorte faz o Pearl Jam ressoar fundo em nossos sentimentos.
I'm mine é uma de suas pérolas. Vale destacar um verso, que arremata o sentimento geral de nossa civilização: "The sorrow grows bigger when de sorrow is denied". Numa cultura ocidental onde as pessoas vivem em atividade desenfreada e fugindo se si mesmas, onde cada segundo de silêncio e intimidade é ostensivamente repudiado, Eddie Vedder berra isso aos ouvidos de milhares de frívolos fãs em seus shows.
E é disso que todo mundo foge 24hrs por dia. No trabalho, na frente da televisão, no barulho ensurdecedor de uma rave ou na academia (não que eu não goste de tudo isso, mas há momentos e momentos), negamos o vazio avassalador que há em nós. Ausentes de referências, de raízes culturais, de espiritualidade, de sensibilidade, somos um corpo vazio desprovido de sustentáculos, uma "tabula rasa". Terreno ideal para as linhas industriais despejarem seus produtos descartáveis e homogêneos, produzidos a baixíssimo custo. Mas isso é assunto prá outro papo. Abaixo vão a letra e um vídeo de I am mine, para seu desfrute.


"I Am Mine"

The selfish, they're all standing in line
Faithing and hoping to buy themselves time
Me, I figure as each breath goes by
I only own my mind

The North is to South what the clock is to time
There's east and there's west and there's everywhere life
I know I was born and I know that I'll die
The in between is mine
I am mine

And the feeling, it gets left behind
All the innocence lost at one time
Significant, behind the eyes
There's no need to hide
We're safe tonight

The ocean is full 'cause everyone's crying
The full moon is looking for friends at hightide
The sorrow grows bigger when the sorrow's denied
I only know my mind
I am mine

And the meaning, it gets left behind
All the innocents lost at one time
Significant, behind the eyes
There's no need to hide
We're safe tonight

And the feelings that get left behind
All the innocents broken with lies
Significance, between the lines
(We may need to hide)

And the meanings that get left behind
All the innocents lost at one time
We're all different behind the eyes
There's no need to hide


quarta-feira, 2 de julho de 2008

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante."
Albert Schwweitzer


"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter e pode ser seguramente afirmado, que quem é cruel com os animais, não pode ser um bom homem."
Arthur Schopenhauer

domingo, 29 de junho de 2008

Freddy King para download

Freddy King - Burglar (1974)
http://rapidshare.com/files/32929233/Freddie_King_-_Burglar.rar
1. Pack It Up
2. My Credit Didn't Go Through
3. I Got The Same Old Blues
4. Only Getting Second Best
5. Texas Flyer
6. Pulp Wood
7. She's A Burglar
8. Sugar Sweet
9. I Had A Dream
10. Let The Good Times Roll

Freddy King - Texas Cannonball (1972)
http://rapidshare.com/files/41270031/Freddie_King_-_Texas_Cannonball__1972____bonus_tracks.rar

1. Lowdown In Lodi
2. Reconsider Baby
3. Big Legged Woman
4. Me And My Guitar
5. I'd Rather Be Blind
6. Can't Trust Your Neighbor
7. You Were Wrong
8. How Many More Years
9. Ain't No Sunshine
10. The Sky Is Crying

Freddy King with Eric Clapton
rapidshare.com/files/93817648/FreddieKingFreddieKing3476.zip

1. Pack It Up
2. Shake Your Bootie
3. Ain't Nobody's Business
4. Woman Across The River
5. Sweet Home Chicago
6. Sugar Sweet
7. TV Mama
8. Gambling Woman Blues
9. Further On Up The Road

*pass = bluestown.blogspot.com

Freddy King live at Liberty Hall, Houston/Texas. [1970]

http://www.shareonall.com/Freddie_King__Live_At_Liberty_Hall.part1_muoe.rar
http://www.shareonall.com/Freddie_King__Live_At_Liberty_Hall.part2_erjp.rar

1. Hey Baby (7:59)
2. Feeling Alright (5:37)
3. Ain't No Sunshine (4:38)
4. Going Down (4:39)
5. Have You Ever Loved a Woman (10:02)
6. My Feeling for the Blues (7:59)
7. I Love You So (5:52)
8. Let the Good Times Roll (7:17)
9. Kansas City (7:31)
Total Time: 56:46

*pass: bluestown.blogspot.com

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Freddy King

É O cara!!!











terça-feira, 24 de junho de 2008

Playlist

Minha playlist no Youtube

é preciso ter o caos dentro de si para dar a luz a uma estrela brilhante.

nietzsche

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Venus in furs - Velvet underground

Venus in furs, a vênus sadomasoquista de lou reed e cia., a expressão de um mundo onde dor e prazer são as indissociáveis faces da mesma moeda. "Strike, dear mistress, and cure his heart"...

leminski

Leminski era o cara!

leminski

coisas do vento
a rede balança
sem ninguém dentro

leminski

é quando a vida vaze
é quando como quase
ou não quem sabe

leminski

Ópios, edens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra

leminski

esse súbito não ter
esse estúpido querer
que me leva a duvidar
quando eu devia crer

esse sentir-se cair
quando não existe lugar
onde se possa ir

esse pegar ou largar
essa poesia vulgar
que nao me deixa mentir

leminski

O Pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau e a pedra
a fogo e a pique
senão é capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique

leminski

Já me matei faz muito tempo
Me matei quando o tempo era escasso
E o que havia entre o tempo e o espaço
Era o de sempre
Nunca mesmo o sempre passo

Morrer faz bem à vista e ao baço
Melhora o ritmo do pulso
E clareia a alma
Morrer de vez em quando é a única coisa que me acalma

leminski

sossegue coração
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos afora

calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa

leminski

um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto

leminski

acordei bemol
tudo estava sustenido

sol fazia
só não fazia sentido

leminski

Sirenes, bares em chama
carros se chocando
a noite me chama
a coisa escrita em sangue
nas paredaes das danceterias
e dos hospitais
os poemas incompletos
e o vermelho sempre verde dos sinais.

+ leminski

que tudo se foda,
disse ela,
e se fodeu toda

Desencontrários, de Paulo Leminski

Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.

Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
para conquistar um império extinto.

sábado, 14 de junho de 2008

Secos & molhados - flores astrais

Calexico



mas o vazio que me enche, não é do vácuo, do ausente. é o vazio da iminência, do sentido, do odor... um estalar de dedos... o vazio do arrepio, do espectro, da presença daquilo que não é... o vazio mais repressor, aquele que insurge, aquele que questiona, o irriquieto vazio que quer ser, na angustiante fronteira entre o fluido e a solidez...
na mais negra escuridão da noite é que a figura do real se aguça aos olhos. é quando no atro me vejo, prostrado e vazio diante de um mundo sem de possibilidades. o silêncio, as paredes, configuram-se como a única e indiferente companhia. não diferentemente do resto do mundo, me ofertam seu sempre úmido e frio limbo...
a solidão é o maior flagelo... quão escura é a noite dos corações solitários...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Calexico

Poeira do deserto, carros velhos, sol escaldante, num ambiente em geral soturno compõem os ambientes de Calexico. Esta é a banda que fez o som mais próximo do que eu procurava para ouvir durante muitos anos de minha vida, mas que ninguém tocava. Me arrisco a dizer que é uma das maiores bandas na ativa que conheço, apesar de ser completamente desconhecida.

Ballad of cable hogue


The black light

Wahari - Yanomami's Blues

Banda de Curitiba, em composição própria. Até conhecer isso eu achava que quem sabia compor blues com propriedade era só o negro estadunidense. O segundo vídeo é prá quem ouvia e curtia o Jack Shadow na Rádio Educativa e na 96 em Curitba e quer relembrar.





O caranguejo ermitão não possui o exoesqueleto rígido que os demais caranguejos possuem. Seu abdome é mole e vulnerável. Por isso, ele usa uma concha vazia (cujo antigo dono molusco já morreu) que encontra entre os sedimentos do leito oceânico, para proteger-se. O crustáceo carrega este escudo nas costas por toda a sua vida, e é obrigado a procurar um novo e maior periodicamente conforme vai crescendo.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

DeVotchKa

O Youtube é realmente fantástico, quanta coisa boa jamais chegaria aos nossos ouvidos sem ele. Bem longe da pasmaceira da mídia convencional há um universo enorme e muito mais interessante. Uma banda que vale a pena conhecer:

André Geraissati

Ouçam essa música, parece que dá prá ver um rio deslizando desde a nascente até a foz revolta...



No Myspace do cara dá prá ouvir outras músicas. É fantástico!
http://www.myspace.com/andregeraissati

domingo, 8 de junho de 2008

a vez do arrepio
um sopro estranho
no escuro vazio
fuga nº 3

quem sabe um refúgio
onde tudo
não seja mero subterfúgio

quem sabe uma enseada
onde tudo
seja nada

quem sabe um outono
onde meu corpo
seja abandono

quem sabe um viés
onde eu transpasse
através

sábado, 7 de junho de 2008

quase um épico...

Blindagem e orquestra sinfônica do PR - Gaivota